Vacinas da rede privada: todas as famílias recebem a mesma informação?
- Mariana Rech
- 6 de out.
- 1 min de leitura
No Brasil, a vacinação se organiza em duas grandes frentes. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), que adota uma abordagem coletiva ao definir um calendário que protege a população como um todo, considerando critérios epidemiológicos, logísticos e econômicos. Já a rede privada, guiada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), segue uma lógica individualizada, com um calendário ampliado, voltado à proteção máxima de cada pessoa.
Na prática, a escolha de qual esquema vacinal seguir depende muito da atuação do pediatra. É ele quem apresenta às famílias as diferenças entre o calendário público e o privado. No entanto, nem sempre essa informação chega de forma equitativa. Alguns profissionais, com receio de constranger famílias que não possam arcar com os custos, optam por não mencionar vacinas disponíveis apenas na rede privada.
Essa omissão, embora bem-intencionada, carrega um viés moral: a decisão sobre o que informar deixa de se basear no risco clínico e passa a depender do julgamento sobre a condição financeira da família. Assim, a oportunidade de ampliar a proteção pode nunca ser apresentada.
Um exemplo claro é a vacina meningocócica. O Ministério da Saúde oferece gratuitamente a MenC nos primeiros meses de vida, enquanto a SBIm e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam substituir a MenC pela MenACWY e incluir a vacina contra o meningococo B - um sorogrupo que desde 2021 é proporcionalmente o mais predominante entre crianças.
Mesmo que nem todas as famílias possam custear as vacinas da rede privada, todas têm o direito de receber informação completa, entender o custo-benefício e decidir, de forma consciente, o que desejam para a proteção de seus filhos. Para ler mais: https://sbim.org.br/calendario-de-vacinacao
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