Controle de infecção hospitalar: eficaz no papel, mas efetivo na prática?
- Fabrizio Motta

- 7 de mai.
- 1 min de leitura
Há décadas, acumulamos evidências robustas de que medidas simples podem salvar vidas em hospitais. Retirada de unhas postiças e adornos, uso correto de equipamentos de proteção, higienização adequada das mãos, aplicação de bundles para prevenção de infecções associadas à assistência, tudo isso funciona. E funciona bem. Mas há uma distância incômoda entre a eficácia comprovada em estudos e a efetividade no mundo real.
Na prática, hospitais enfrentam sérias dificuldades para implementar essas ações de forma sustentada. A adesão de profissionais, especialmente da equipe médica, permanece um grande desafio. Mesmo com campanhas, treinamentos, lembretes visuais e auditorias, a taxa de adesão à higiene das mãos dificilmente ultrapassa 70% em muitos centros. Chegar a 90% exige uma mudança profunda de cultura institucional. Bundles para prevenção de infecção de corrente sanguínea ou pneumonia associada à ventilação têm eficácia demonstrada. No entanto, sua implementação é frequentemente parcial, mal documentada ou negligenciada, sobretudo em contextos cirúrgicos.
Por quê? Porque saber o que fazer não é o suficiente.
É preciso transformar esse conhecimento em comportamento coletivo. E isso exige liderança técnica, envolvimento direto de chefes de serviço, supervisores de enfermagem e um modelo de responsabilização construtiva, que vá além de checklists.
Precisamos discutir menos "se funciona" e mais "como fazer funcionar". Transformar eficácia em efetividade é hoje um dos maiores desafios no controle de infecção hospitalar. Siga o blog Infectopeds para receber sempre novos conteúdos sobre prevenção, controle de infecção e infectologia pediátrica: infectopeds.com.br/blog
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